segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Como uma conha

Quero viver na imensidão
dos seus pensamentos
envolver-me nas ondas
brancas do seu sal
Dialogar com seu barulho
e no meu silêncio
sentir sua voz.
Quero mergulhar na emoção
como uma concha submergida
nas profundezas das águas
dos seus mistérios.

Fátima Lima

sábado, 27 de fevereiro de 2016

Saudade de nós

Sinto saudade de nós
das provocações no olhar
das palavras sussurradas
dos arrepios na pele
das longas viagens
sem  rota e sem  fim.
Enfim...
da sua  boca em mim
perdida e  sedenta
embriagada de  amor
nas estradas da  loucura. .
Com  saudade de  nós
sinto-te no anoitecer
espero-te no amanhecer.



Fátima Lima

Tecendo versos

Sou mão que tece versos.
O destino é o fio
que traça caminhos
costura as distancias
e faz do amor
um sonho rendado.

Fátima Lima
Imagem: tela de Sousa Pinto

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Meu querer

Quero abrir minhas asas,
voar em pensamentos
e no seu coração pousar.
Pichar o muro que nos separa
com versos da minha saudade.
Tocar as estrelas
e iluminar seu sorriso.
Navegar no seu rumo
e cruzar o oceano dos meus sonhos
Acreditar no hoje
crer no amanhã.
E mesmo nos desencantos
colorir minhas asas
e ser poesia.

Fátima Lima

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Lágrima


Sou eu que escorro livremente
salgada e pesada
quando a saudade me chama.
Sou eu que desaguo
como rio em correnteza
no mar das desilusões.
Sou presença nas tempestades
dos amores naufragados
Sou como onda
venho e vou
Na paixão
na ilusão
e molho sua solidão

Fátima Lima

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Falas

Falo sozinha
guerrilho com meus pensamentos
Emudeço com nossas lembranças
Grito por você
nas linhas dos meus  versos
Ouço uma canção distante
Nela uma nota de amor
uma verdade uma saudade
Soterro em  mim
as lágrimas e  encantos
procurando uma  saída.
 
Fátima Lima

terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Gavetas da memória

Numa gaveta qualquer
guardarei minha memória
lacrarei com laços de poesias
os versos que vivi
ou apenas sonhei...
O papel permanecerá molhado
conservará o cheiro de maresia
e o sal do nosso corpo
escritos nas ondas do mar
No escuro,
a letra brilhará.
apenas eu e as estrelas
lembrarão nosso amor
nas noites de luar.
Fátima Lima

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Feridas da ilusão

Triste ilusão do seu amor.
Nos canteiros que imaginei flores
arranhei-me nos espinhos do seu silencio.
Nos caminhos que pisei
feri-me nas pedras do seu orgulho
No voo dos sonhos
partiu-me as asas
vi-me em queda livre
nos abismos da solidão.
Tive pele marcada
ferida e descarnada
numa poesia doída e rasgada.
               Fátima Lima

Suas marés


sábado, 20 de fevereiro de 2016

Sentir

Ainda sinto você
no despertar do meu dia
no rasgar das fantasias
no despir da poesia
Sinto você como sol
aquecendo meu verbo amar
ardendo na pele
e incendiando minha alma.
Ainda, sinto seu olhar
desnudando as palavras
alimentando minhas vontades
de ser sua na verdade.

Fátima Lima

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Malmequer

O vento espalha as pétalas do malmequer
o tempo acolhe as sementes do bem-me-quer
são leves e conduzidas pela estrada da dúvida
pesadas e enraizadas pelo o orgulho
regadas por lágrimas
no jardim das incertezas
inundando as certezas
do nosso amor florescer!
Fátima Lima

terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Versos de esperança

Vou rabiscar meus versos
embalar junto
minhas recordações
e atirar no mar.
Vou viver na ilusão
que um dia talvez,
elas cheguem até você.
Que o tempo seja amigo
que o vento seja a favor
e digam o eu te amo
que minha boca calou
no momento que você
virou as costas
sem dizer adeus!

Fátima Lima

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Caminhos

Assim caminho
vagueio na imensidão
dos meus pensamentos
levo nos meus passos
os sonhos
e escuto a canção do vento
como prece.
Assim sigo...
sem olhar para trás
e muitas vezes,
sem sair do lugar
Pelo caminho
escrevo poesia na tristeza
e contra o tempo
tudo continua ali inerte
as curvas do caminho
a lua e as pedras da rua
para reconstruir meus castelos.
Na poesia da vida
vou me construindo
desabando e levantando
nos ventos e versos
nos rumos inversos

Fátima Lima

domingo, 7 de fevereiro de 2016

Memórias


Precisei fazer um balanço de mim.
Revi meus sonhos,
joguei fora meus medos
e apaguei minhas ilusões.
Num espacinho qualquer
encontrei seu rosto.
Olhei, novamente encantei-me
Parei para assistir esse filme
na minha memória arquivada.
Lembrei cada palavra
e cada desejo sentido.
Por um segundo senti
seu corpo no  meu.
Insistente, olhei mais uma vez!
percebi que já fazia parte
de um artigo  inexistente.
Dei um  enter para vida
para novas histórias
novos  amores...
Deletei você de  mim
Agora,  só  preciso
meu  coração aceitar
e a minha alma concordar.

Fátima Lima

Céu de estrelas

Nas noites de solidão
olho para o céu
e conto estrelas.
Para cada  uma,
faço um verso
para cada brilho,
uma  poesia.
E nas rimas,
prateio as letras
coloreio as palavras
e espalho-as no escuro.
Para quando eu calar
o brilho delas falar
que você é
minha saudade!
 
 Fátima Lima

    

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Espero-te aqui

Espero-te aqui...
sei que essa chuva
qualquer hora vai passar.
Na tempestade
o tempo parou
enquanto você calou,
eu gritei de saudade.
Aprendi interpretar
palavras secas
e reprimidas por seu silêncio
aprendi conter meus desejos
quando procurei seu olhar
Aprendi colecionar
o muito que deixou
para o pouco que mostrou
Aprendi, que ainda há tempo
quem sabe no fim do arco-íris
multicor do nosso amor.
Fico por aqui
ainda espero-te aqui
nas reticências
do meu poema inacabado

Fátima Lima

Nosso mundo


Hoje eu quero...

pelo menos por um minuto

encontrar-me em segundos

nos segredos da sua alma.

Quero voltar no tempo,

quando eu e você

tínhamos um mundo

e vivíamos dentro dele.

Quero me jogar nesse mundo

para fazer nosso amor

se perder nas loucuras

e se encontrar na ternura

de um novo mundo,

no tempo de nós dois!


Fátima Lima

Nossa saudade

Somos saudade
num poema sem rima
somos versos
cantados nas reticências
do  nosso querer...
Somos coletâneas
publicadas ao vento
metade da sua saudade,
outra metade verdade.
Somos palavras
que gritam e ecoam
no nosso coração!

                                                  Fátima Lima

terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Alma cigana


Sou filha do vento
sigo o rumo das estrelas
viajo entre o sol e a lua
visto-me com asas e véus
Aqueço minha alma
no fogo do amor.
Rodopio descalça no chão
espalhando no ar
a poeira dos sonhos
Esvoaço anáguas e babados
no ritmo do seu olhar
e na magia do som
sua alma roubar.
Envolvo-me em outras vidas
Sigo solta no vento,
sem dono e sem rumo
pouso em qualquer lugar.
Na bagagem levo a liberdade
nos cabelos, a flor
e nos lábios o doce carmim.
Bailo em círculos, fechando ciclos
melodias dos amores
que vem e vão.
Trago na mão uma carta
nela vejo um atalho
mesmo embaralhada
nos seus braços
quero descansar.
Serena e calma
seja a noite
seja, vida e alma
seja amor
sob o clarão do luar!

Fátima Lima