domingo, 30 de julho de 2017

Céu de posia

Quando o sol se pôs
A lua prateou nosso amor
Uma cortina de estrelas
Guardou em segredo
Nosso beijo... Desejo!
As nuvens sumiam
Rabiscando versos
Mas, só eu e você
Entendíamos a poesia.

Fátima Lima

sábado, 29 de julho de 2017

Sem espaço

Hoje, quando escrevi para você
Senti a leveza da folha
Querendo voar
As palavras não cabiam ali
A caneta deslizava
Sem nada revelar
A tinta insistia falhar
Até minhas palavras
Outrora fáceis
Negaram-se a falar
Fim de uma inspiração?
Não sei...
O vento soprou!
Ainda senti um pouco de você
Fechei os olhos
Relembrei seu sorriso de chegada
Seu olhar marejado nas partidas
Dobrei a folha
Nada escrevi
Pois, o mais lindo
Dos versos
Minha alma escreveu
Guardei-os
No coração
E faço deles
Minha leitura diária
Mas, nas linhas
Não há mais espaço
Para você e eu!

Fátima Lima

terça-feira, 18 de julho de 2017

Eu, você e o mar

Nossos olhares
Encontraram-se
Falaram-se.
Bocas mudas
Tocaram-se.
O sol se pôs
A noite brilhou.
No seu sorriso
Um convite.
O mundo calou
O nosso gritou
O vento soprou
O mar festejou
Éramos só nós
Em meio a multidão.
Jogamos as chaves
Trancamo-nos
Em um só coração
Agarrados aos sonhos
Com cheiro de maresia
Eu e você ...
O mar, como companhia.
 
Fátima Lima

Navegando

Minha poesia
Navega nas águas da saudade
O ontem que fomos
Aflora nas águas
Junto as lembranças
Calmarias e ventanias
Embarcados nas rimas
De um amor a deriva.
O sol vai embora
A lua vem
Um farol de incertezas
Brilha ao longe
Sinaliza novo cais
Chegadas e partidas
De um coração navegável
Banhado de levezas.

Fátima Lima

quinta-feira, 13 de julho de 2017

Nuvens de pensamentos

Cansei de me agredir
Com pensamentos
Que me levam a você.
Que eles sejam
como nuvens
Que sobrevoam no infinito
E desmancham-se
Na certeza
Que tudo é efêmero.
Guardarei em mim
Somente o brilho do luar
Que nas noites nos cobriu
  Com um lençol de poesia.
Lembrarei somente do sol
Que entre ao se por e ao nascer
Deveremos a ele e a vida
Sorrisos ao amanhecer!


Fátima Lima

quarta-feira, 12 de julho de 2017

Apegos e desapegos

Quantas besteiras me apeguei!
Quantos nós me amarrei
Quantas batalhas nem lutei
Gritos no vácuo
Perguntas na imensidão
Um mundo desabando
Destroços de sonhos ao vento!
Um tempo que não para
Uma dor que não sara...
Mergulhei no fundo
Resgatei uma alma
Desacordada, apegada ao volátil
Esquecida num canto
Afogada no seu pranto
Desapeguei...
Coloquei para fora meu excesso
Insignificante, sem sucesso
Troquei minhas gravidades por brevidades
O hoje não espera
O agora faz a hora
Meu eu, não aceita demora!
 
Fátima Lima