terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

Entre sombras e cinzas


Nossas sombras se refletem
Em corpos separados.
Nossas retinas se procuram
Entre olhares insanos,
Pensamentos ardentes
Com desejos em labaredas.
A falta do seu olhar
Chega a me sufocar.
Entre as cinzas das lembranças
Desse amor que queima
Perco até meu ar. 
 
Fátima Lima

terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

Na real



Lá fora o sol nasce
As janelas da alma se escancaram
Recebendo a luz do silêncio
Que brigam com o barulho dos sonhos.
Aqui dentro
A esperança se contagia
Para os dias
Que terminam QUASE iguais.
Desaguando no fim do dia
A crua realidade.
Nas linhas dos versos
Os poetas criam seus desejos
Faz a dor virar riso
Que levam o leitor
Acreditar nisso.
Escorre entre as tintas da ilusão
Total estado de imersão
E entre rimas
A sua mais bela versão.

Fátima Lima

Fatalidades


Banhei-me na fonte da sua juventude
Mergulhei nas águas profundas dos seus medos
Bebi a água cristalina dos seus sonhos
Nadei na retina do seu olhar
Descansei as margens do seu sorriso
Apoiada nos braços do seu querer
Afoguei-me nas águas turvas da ilusão
Sem visão...
Machuquei meu coração!

Fátima Lima

Imaginário

Meu pensamento habita
Entre o silêncio e desejo.
Por trás da cortina da ilusão
Onde posso tocá-lo
Confundir com a razão.
Soltar as amarras
E o sentimento...
Prender-se na imaginação!

Fátima Lima

Cotidiano

O dia passa
A hora corre
A noite chega.
Com ela, as certezas
O mesmo olhar para rua
No céu,
A poesia é a lua!
As estrelas aplaudem,
No papel, o amor se expressa.
Sob o mesmo olhar pela janela,
O traço se revela.
Entre palavras sonhos e desejos,
Nas rimas de um QUASE para sempre
No verso que não quer findar
Só para no outro dia te amar
E a lua testemunhar.

Fátima Lima

Resiliência

Os recomeços são inevitáveis
As guerras interiores infindáveis
As quedas incontroláveis
Com fatos incontestáveis!
Enquanto isso;
O tempo vai passando
Levando consigo dores
Soprando esperanças
Deixo-me ser levada por ele
Caminhando, sonhando
Nem sempre realizando
...Mas,tentando!
Empurrando as dúvidas
Procurando entender as indiferenças
Vasculhando as vivências
Sobrevivendo os finais
Com coração aberto
Para as bem-vindas iniciais.

Fátima Lima

Nas asas da saudade


Tenho saudade de tudo.
Fecho-me no armário de lembranças
Releio páginas da minha vida
Procurando o exato momento
Que seu olhar cruzou o meu.
Alimento meu silêncio
Com alma inquieta.
Encontro os pedaços
Que nos restaram
Destroçados no amanhecer
De sonhos descompostos.
Enquanto prendo-me,
Dou asas a minha saudade
Que voa na penumbra do destino.
Se por acaso encontrar a sua,
Não assumo qualquer  desatino!

Fátima Lima